José Maria Ribamar Santos Martins

Mestre Martins
Mestre Martins (in memorian) nasceu em Axixá, no Maranhão, no ano de 1933. Em 1951, aos 18 anos de idade , mudou-se para o Rio de Janeiro. 

Em 1965 que deu início à prática do Aikido, sob a orientação do Sensei Teruo Nakatani. Além disso, também era praticante de Judo, no qual obteve a graduação de 2º Dan. 

Em sua trajetória profissional, atuou como funcionário do Banco do Brasil, advogado e Ministro da Igreja Messiânica Mundial.

Em 1971, alcançou a faixa-preta em Aikido. No ano seguinte, mudou-se para Brasília, levando consigo a prática dessa arte, o que o tornou o introdutor do Aikido no Planalto Central

Em 2008, foi promovido ao 6º Dan em Aikido

Durante 47 anos, praticou e ensinou a nobre arte do Aikido até sua passagem para o mundo espiritual, em 10 de abril de 2012.

Lições do Mestre Martins

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Aos 75 anos, homem que trouxe o Aikidô para Brasília é 6º DAN

A entrevista estava marcada para as 15h, na Ermida Dom Bosco. De repente, o céu escureceu. Um dilúvio fez desaparecer o Lago Paranoá. Mas, meia hora depois, um fiapo de luz iluminou a região. O homem chegou. Veio trazido pelo filho. Vestia quimono e calçava uma chinela de dedo. Seus discípulos, todos faixas pretas, estavam lá, à espera dele. O mestre, como é chamado, saiu direto do hospital, onde enfrenta um tratamento delicado de saúde. Mas ele chegou sorrindo. E falante. E numa disposição invejável. Aquele homem de quimono tem 75 anos. Há 37 trouxe o Aikidô para Brasília, quando aqui desembarcou vindo do Rio de Janeiro, transferido do Banco do Brasil. A chegada do Aikidô revolucionou a prática das artes marciais na capital, que mal completara 12 anos.

Mas essa história não começa em Brasília, tampouco no Rio de Janeiro. José Maria Ribamar Santos Martins veio de longe, lá de Axixá, terra do bumba-meu-boi, no interior do Maranhão. Logo cedo, os pais o levaram para São Luís. Lá o menino virou seminarista. Mas logo ele percebeu que não tinha vocação para padre. E o menino cresceu. Virou rapaz. Aos 18 anos, depois de servir o Exército, deixou o Maranhão para trás. Seguiu para o Rio de Janeiro. Queria uma vida melhor. Arrumar um bom emprego. Ligado ao esporte, foi praticar judô, na Praça da Bandeira, centro do Rio. Aplicado, logo chegou à faixa preta.

José Ribamar, o bom maranhense, ganhava todas as lutas de que participava. Mas um dia, ele se desencantou com o judô. “Queria uma luta sem muita violência. No judô, a briga é pelo ego, pelo ter, para saber quem é mais forte. Você está sempre se defendendo e, por isso, ataca”, ele reflete. Um dia, lá pelos anos de 1965, soube que um certo japonês — daqueles recém-chegados ao Brasil e que nem falava português — estava dando aula de Aikidô. “Era na Rua Sotero dos Reis 76”, ele lembra, com memória espetacular.

O maranhense de 1,69m (“quase 1,70m”, ele brinca) matriculou-se na mesma hora. Ali, como Teruo Nakatam, o mestre maior, discípulo de Morihei Ueshiba (o homem que criou a arte no Japão, no início do século passado), aprendeu que nem sempre se ataca para se defender. Nascia, naquele dia, um novo homem. “No começo, eu era apenas atleta, um competidor. No Aikidô, a competição é interna. O que você deseja é ser e não ter. O ter passa. O ser fica”, reflete. José Ribamar nunca mais parou de fazer aquilo que o transformaria para sempre em todos os sentidos. No Rio de Janeiro, casou-se. Vieram os três filhos. E o título máximo: a faixa preta no Aikidô.


Portal 180 graus
01/04/2009 às 10h50
Fonte: Correioasbraziliense
http://180graus.com/noticias/aos-75-anos-homem-que-trouxe-o-aikido-para-brasilia-e-6-dan-184769.html

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